No último sábado (01) mais um casal de homossexuais foi agredido no centro de São Paulo. Simplificando, o motivo foi porque um dos agressores se interessou pela amiga do casal e com raiva por ela não atender ao seu interesse, vitimou os dois homens. Foram dois homens que muitas pessoas acham que, simplesmente, dão ou come um cú e ponto. O ponto, na verdade, deveria vir depois de muitas outras coisas, inclusive, de pararmos de ser politicamente corretos ao falar de homossexualidade.
O preconceito acredito eu, ainda persiste por dois fatores básicos: ignorância (advinda de o desconhecimento da profundidade de uma realidade e/ou tema) e falta de concebermos a idéia que a natureza não é tão perfeita, não do modo tradicionalista que queremos enxergá-la.
O tema da homossexualidade é atualmente tratado com muita educação, com muito cuidado. O que aparentemente seria positivo, pode se reverter ao seu oposto. Ao invés de nos preocuparmos tanto em usar nomenclaturas certas, cuidado com sufixos, deveríamos prestar mais atenção no que é dito de forma mais escrachada, pois é ai que se encontra as raízes de qualquer preconceito. Quando um homem com orientação homossexual (orientação visto que não é opção) é chamado de “viadinho” percebemos que a pessoa que usa tal palavra acredita que um homem é menos homem só pelo fato dele ter intimidades sexuais e afetivas com outro homem. Em bom português, se ele dá ou come, não perde, por isso, seu pinto, ou se preferirem seu órgão sexual masculino.
Os agressores, em sua maioria também homens, devem ter sua masculinidade mesmo muito frágil por não aguentar ver o carinho entre outros dois caras. É como se com esses gestos de afeto, eles próprios perdessem seu referencial de masculinidade, que deve ser repito muito frágil. Se não pararmos com essa ideia de reduzir um homossexual ao que ele faz na cama, nunca conseguiremos entender mais plenamente essa realidade que perpassa por dores, amores e limitações. Cabê também cada homossexual debater sua realidade para dar a chance dos outros o entenderem. Desmitificar estereótipos. Nem todo homossexual é passivo. Nem todo heterossexual não gosta de ser penetrado de alguma forma. Não é com palavras bonitas ou mágicas do tempo que as coisas melhoraram.
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